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Perimenopausa e depressão: sintomas parecidos, causas diferentes

Cansaço, exaustão, fadiga, irritabilidade e até crises de pânico: quando ouvimos sobre esses sintomas, costumamos logo associá-los à depressão e ansiedade - transtornos que se tornaram cada vez mais comuns no Brasil, especialmente durante e pós pandemia. Porém, na mulher, eles também estão associados ao período conhecido como perimenopausa e que começa alguns anos antes da própria menopausa em si (quando a mulher fica um ano seguido sem menstruar).

Essa fase da mulher ainda muito pouco falada (perimenopausa) é marcada especialmente pela diminuição da produção de progesterona e estrogênio,  hormônios femininos responsáveis pelo equilíbrio da saúde da mulher. De acordo com a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), isso pode causar sintomas desagradáveis até dez anos antes da última menstruação (menopausa).

No geral, é a partir dos 45 anos que a mulher começa a sentir os efeitos dessa queda hormonal. Nessa fase, o desaparecimento dos folículos ovarianos aumenta e as chances de ovulação caem 50% a cada ciclo. Além disso, cerca de 75% das mulheres sentem sintomas característicos como ondas de calor (os fogachos), aumento de peso, problemas do sono e secura vaginal. O problema é que essa queda hormonal também pode funcionar como um gatilho para a mulher desenvolver um quadro depressivo - especialmente as que já viviam uma vida desequilibrada antes, sem exercícios físicos e dieta desbalanceada. 

"Desânimo, confusão mental, não se reconhecer nos próprios sentimentos são sintomas da depressão… mas também da perimenopausa!", avalia a ginecologista e mastologista Patrícia Valentini Melo, pós-graduada em Saúde Integrativa pelo Hospital Albert Einstein e colunista aqui do SHEt. "E muitas serão tratadas assim porque desconhecem o que é essa fase", afirma.

Segundo ela, essas mulheres podem acabar sendo tratadas com antidepressivos sem necessidade. "É claro que, numa crise depressiva, a pessoa precisa ser resgatada com esses medicamentos", afirma. "Porém, na perimenopausa, mudanças no estilo de vida da mulher, como melhorar alimentação e prática de atividade física, já conseguem gerar mudanças e melhorar os sintomas", diz. 

Para a médica, seria importante avaliar nessas pacientes marcadores hormonais e inflamatórios, bem como analisar o estilo de vida, a qualidade do sono e a alimentação, para só então, promover um tratamento integrado mais amplo. Infelizmente, a perimenopausa ainda não é conhecida de todas as mulheres. Muitas, inclusive, "esquecem" desse momento e não conseguem associar as mudanças no próprio corpo com a proximidade do fim da menstruação. 

A própria Patrícia conta que, antes da menopausa, experimentou um grande desânimo, falta de energia e fadiga. "Fiz 40 e fiquei cansada, abandonei academia e achei que estava exausta pela idade", relembra. 

Ela só se deu conta de que estava vivendo a perimenopausa dois anos depois, quando a menstruação de fato parou de vir. "Aí eu entendi que aqueles sintomas não eram da idade, ou do estresse, já que eu era uma mulher que queria fazer tudo, dar conta de tudo", diz. 

A médica reforça, no entanto, que é importante tentar acompanhar o próprio corpo para ver os sinais e, dessa forma, conseguir se planejar. "Se eu quisesse ter filhos, eu não teria tido tempo para isso, então, acredito que é importante a mulher se conhecer para conseguir se planejar", afirma.